O secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro, herdou um caminhão de problemas que pareciam insolúveis. Não se intimidou. Buscou soluções que melhoraram o sistema e estão preparando o Distrito Federal para os desafios que virão, sempre com o mesmo foco: ofertar serviços que permitam aos moradores ir e vir com conforto, segurança e menos tempo no trânsito. Entre as conquistas, Casimiro relaciona a ativação da faixa exclusiva para ônibus na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), que estava sem uso há mais de dez anos, além do aumento da quantidade de coletivos e a renovação de parte da frota de ônibus. E mais: construção e reforma de terminais rodoviários; novos abrigos de passageiros; 70 estações de bicicletas compartilhadas e a expansão da malha cicloviária. Para os próximos quatro anos do Governo Ibaneis Rocha, está no radar da Semob firmar parcerias com empresas privadas para que administrem a Rodoviária do Plano Piloto e o Metrô, e toquem a Zona Verde e o VLT na Avenida W3. “Melhorou bastante, mas ainda há muito o que fazer. Avançamos e vamos avançar mais”, garante Casimiro nesta entrevista. Confira.
Agência Brasília – No primeiro Governo Ibaneis Rocha, o que avançou para melhorar o transporte público coletivo e a mobilidade no DF?
Valter Casimiro – Avançamos bastante. Conseguimos dar andamento a alguns projetos que estavam parados e cuja execução vinha sendo cobrada há muito. Um exemplo é a faixa exclusiva da Estrada Parque Taguatinga (EPTG), que estava sem uso há mais de dez anos. Colocamos ônibus com portas dos dois lados para trafegar pelo corredor exclusivo daquela via. Aumentamos a frota, criamos várias linhas de ônibus e implantamos parte da estrutura da mobilidade ativa. Sabemos que ainda há muito o que fazer, mas melhorou bastante. Tivemos evoluções na mobilidade e precisamos evoluir mais ainda. É o que vamos fazer nos próximos quatro anos.
AB – Parcerias como a iniciativa privada é uma alternativa para melhorar o transporte público e a mobilidade?
“A ideia é dobrar a capacidade do Metrô, requalificar todos os trens, modernizar, colocar ar-condicionado, melhorar o sistema de alimentação de energia e reduzir o tempo entre um trem e outro”
VC – A vantagem da Parceria Público Privada (PPP) é que traz grande benefício para a população com um custo menor para a administração pública, pois o investimento não precisa ser com recurso público. O projeto é feito em parceria com empresa privada, para que ela faça o investimento e possa operar, fazer a exploração do serviço. Isso traz um ganho para a população, como foi, por exemplo, a Rodoviária Interestadual, que tem um operador fazendo a gestão do terminal. O modelo trouxe grande qualidade para quem usa o equipamento.
AB – Qual é a situação desses três projetos que estão mais adiantados?
VC – No caso da Rodoviária do Plano Piloto e da Zona Verde estimamos publicar os editais de licitação no primeiro semestre de 2023, pois esses projetos só dependem do Tribunal de Contas do DF pautar para aprovar. Já o projeto do Metrô está em análise no TCDF aguardando aprovação. Acredito o que poderemos fazer a licitação também no primeiro semestre de 2023. A ideia é dobrar a capacidade do Metrô, requalificar todos os trens, modernizar, colocar ar-condicionado, melhorar o sistema de alimentação de energia e reduzir o tempo entre um trem e outro.
AB – O projeto prevê a expansão das linhas do Metrô?
VC – O GDF vai encaminhar o processo de ampliação da linha de Samambaia e da linha de Ceilândia para ganhar mais duas estações e atender melhor essas regiões. O projeto de Samambaia está sendo aprimorado e acredito que no início do ano a gente retoma essa licitação no Metrô para dar andamento na obra ainda no primeiro semestre.
AB – No caso do VLT, qual a situação desse projeto?
“É preciso aumentar no mínimo 20% da frota para atender a demanda. Já estabelecemos que as empresas devem aumentar a frota em 5%. Temos cobrado das empresas que adquiram novos ônibus e elevem o número de coletivos. Três empresas já renovaram 100% da frota”
VC – O VLT também é um projeto muito importante, mas que acabou sofrendo um pequeno atraso. Isso porque, a regra de tombamento de Brasília não permite que a alimentação de energia seja de forma aérea, como estava incialmente proposto no projeto. Então nos foi solicitado que alterássemos o projeto. Acatamos. Trocamos o sistema de alimentação por catenária, que é um sistema de distribuição e alimentação elétrica aérea, pelo modelo de alimentação por trilho.
AB – A frota de ônibus do DF foi, está sendo ou será renovada?
VC – Temos consciência de que há essa necessidade de se aumentar a oferta de ônibus. É preciso aumentar no mínimo 20% da frota para atender a demanda. Já estabelecemos que as empresas devem aumentar a frota em 5%. Temos cobrado das empresas que adquiram novos ônibus e elevem o número de coletivos. Três empresas já renovaram 100% da frota.
AB – Como estão as obras de construção de terminais rodoviários?
VC – Estudamos construir terminais em todas as regiões administrativas para oferecer mais conforto aos passageiros e colaboradores do transporte público, que poderão contar com pontos de apoio com banheiros, lanchonete e serviços. Já concluímos as obras de reforma dos terminais de Brazlândia, Santa Maria e Sobradinho. Em obras estão os terminais do Varjão, Itapoã, do Gama (Centro) e do Sol Nascente. Os projetos da Estrutural e do Arapoanga já estão prontos. Estudamos construir terminais também na Candangolândia e Vicente Pires. Em alguns casos, só falta definir os terrenos e vencer os trâmites burocráticos para dar continuidade aos processos e trabalhar os editais de licitação desses terminais. Nas cidades maiores, pretendemos fazer obras complementares ou novas estruturas. É o caso de Planaltina e Sobradinho (Quadra 18), que terão novos terminais de integração.
AB – A construção de novos abrigos em paradas de ônibus vai continuar em 2023?
“Já colocamos quase mil abrigos, agora queremos todas as paradas com abrigo. Vamos reformar ou substituir aquelas que estão danificadas e onde não há, vamos colocar abrigo”
VC – Essa é uma prioridade da Semob. Já colocamos quase mil abrigos, agora queremos todas as paradas com abrigo. Vamos reformar ou substituir aquelas que estão danificadas e onde não há, vamos colocar abrigo. Em algumas regiões, as calçadas não dispõem de espaço para abrigos. A alternativa que estudamos é instalar abrigos reduzidos nesses locais. A meta é termos 100% das paradas com abrigo.
AB – A Semob pensa em fazer parcerias para alcançar essa meta?
VC – Sim. Lançamos o programa Adote um Abrigo, que terá continuidade. É um programa em parceria com as administrações regionais para que os empresários possam fazer a manutenção desses espaços. Em contrapartida, eles podem colocar propaganda de suas empresas. Nos abrigos. É também uma forma de mantê-los limpos, sem pichação, com acessibilidade e bem conservados.
AB – O que vem sendo feito para estimular o uso da bicicleta como meio de transporte?
“Dispomos de um sistema de bicicletas compartilhadas com oferta de 530 bikes em 70 estações no centro de Brasília. Vamos fazer novas licitações para levar a bicicleta compartilhada para outras cidades do DF”
VC – O DF tem a segunda maior malha cicloviária do país, com mais de 636 km de extensão. Já concluímos e vamos tirar do papel vários projetos para a implantação de novas ciclovias. Vamos priorizar as ligações das ciclovias já implantadas para fazer as ligações das regiões administrativas com a área central de Brasília. Além disso, dispomos de um sistema de bicicletas compartilhadas com oferta de 530 bikes em 70 estações no centro de Brasília. Vamos fazer novas licitações para levar a bicicleta compartilhada para outras cidades do DF.
*Colaboração: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Transporte e Mobilidade
Fonte: Agência Brasília