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Testes comprovam 99% de eficácia da máscara Vesta, que inativa coronavírus

Produzido com tecnologia 100% nacional, equipamento passou por estudos clínicos durante dois anos no Hran e garante proteção para outros tipos de vírus, como o da gripe

Fabricada com tecnologia 100% nacional e baixo custo de produção, a máscara Vesta traz como inovação a aplicação de nanopartículas na parte filtrante. A barreira envolve e degrada a membrana do vírus, inativando a contaminação | Fotos: Divulgação/SES-DF

A efetividade da máscara Vesta, que inativa o coronavírus, passou com sucesso pelo período de testes realizado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – referência no tratamento de doenças infectocontagiosas em Brasília. Os estudos clínicos comprovaram que o equipamento apresentou 99% de eficácia na inativação do vírus da covid-19 (alfacoronavírus e betacoronavírus), vírus influenza e inibição de fungos e bactérias. Evento na unidade nesta sexta-feira (23) marcou o fim da etapa de ensaio clínico, no qual profissionais que estiveram na linha de frente de combate à pandemia utilizaram a máscara por dois anos para avaliar seu desempenho.

“O primeiro ensaio foi feito com 60 profissionais de saúde e agora, em 2023, com mais 260 profissionais de várias categorias: enfermagem, médica, fisioterapia”, afirma a chefe do Núcleo de Qualidade e Segurança do Hran, Janine Montefusco. Ela destaca que os colaboradores acharam a máscara confortável e se sentiram mais seguros durante os atendimentos de pacientes de covid-19.

Durante os estudos, os profissionais do Hran foram divididos em vários times e cada um utilizou o equipamento de proteção individual (EPI) por 21 dias consecutivos. A testagem foi feita por meio de questionários e de três exames de RT-PCR (padrão de referência na detecção da covid-19). “O foco do projeto é aumentar a segurança dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra pandemias. Isso é importante, principalmente, para o profissional da saúde, que muitas vezes se contamina no momento de se paramentar”, avalia Janine.

Mariana Alcazas, diretora do Hran, agradeceu pelo empenho dos voluntários durante os ensaios clínicos

Fruto da parceria entre governo, centros de pesquisa e setor privado, a tecnologia foi desenvolvida no âmbito do projeto Vesta – parte de uma iniciativa maior, coordenada pela Universidade de Brasília (UnB), que envolveu uma equipe de mais de 100 pesquisadores brasileiros de diferentes áreas do conhecimento. A máscara, no modelo PFF2 e que recebeu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já pode ser encontrada à venda.

Diretora do Hran, Mariana Alcazas afirmou durante a abertura do evento que o projeto surgiu no auge da pandemia e que a UnB trouxe tecnologia e ciência para a iniciativa. “A máscara agora é um produto que está no mercado e que teve a participação do nosso hospital. Mesmo diante de uma situação tão difícil, e apesar de toda dor e de todo sofrimento, conseguimos colaborar e hoje temos a materialidade desse grande esforço”, disse, agradecendo também a todos os profissionais voluntários.

O professor da UnB e coordenador do ensaio clínico, Rodrigo Luiz Carregaro, lembrou como foi desafiador avaliar os trabalhadores em uma situação real como a pandemia. “O Hran foi o hospital referência no tratamento de covid, por isso foi escolhido para termos dados robustos na eficácia do produto. Essa é mais uma das grandes parcerias da universidade com a Secretaria de Saúde do DF que trouxe um produto que apresenta 99% de filtração de partículas, com usabilidade e conforto.”

Tecnologia e baixo custo

Diferente das máscaras N95, a Vesta foi fabricada com tecnologia 100% nacional e possui baixo custo de fabricação. A inovação, segundo Rodrigo, está na aplicação de nanopartículas na parte filtrante, chamada quitosana (material biodegradável polimérico, extraída da carapaça de crustáceos, como camarão e lagosta, que auxilia na filtração e na inativação de antígenos). A barreira envolve e degrada a membrana do vírus, inativando a contaminação. Por ser tão pequena quanto ele, a trama – espaços formados entre as fibras, também chamados de poros – acaba impedindo a passagem do micro-organismo causador da doença.

Além disso, o tecido da Vesta é composto por um tipo de tecnologia que exerce atração eletrostática no vírus. Este é atraído pela superfície por interpretar que está se aproximando de vias aéreas humanas. Dessa forma, uma pessoa infectada que estiver usando a máscara adequadamente não vai contaminar ninguém, porque o vírus será eliminado. O ideal, porém, é que as outras pessoas também estejam protegidas pelo mesmo equipamento.

*Com informações da SES-DF

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