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“Precisamos garantir os direitos dos influenciadores digitais”, diz Jorge Vianna audiência na CLDF

Nesta terça-feira (3), o deputado Jorge Vianna (PSD) realizou solenidade em  Homenagem aos Influenciadores Digitais. O parlamentar destacou que o objetivo do evento foi de fomentar uma nova classe profissional e assim haja organização em prol de direitos e segurança para continuar a atuação na internet.  

“Hoje, na palma da mão podemos nos comunicar por escrito ou por voz e acessar notícias do mundo. A internet passou a fazer parte de quase todos os momentos da vida e em meio a essa novidade surgem os os influencers, que merecem ser reconhecidos como verdadeiros empreendedores virtuais usando as redes sociais e internet como veículo de comunicação direta e instantânea.”

O parlamentar explica que os influencers se especializam em influenciar seus seguidores que seguem diferentes nichos, como moda, cotidiano, relacionamentos, religião, divulgação científica, financeira e até política.

“Em resumo existe um ilimitado universo temático capaz de interessar até aos mais avessos a usuários das redes sociais com talentos para comunicação, conhecimento teórico e prático sobre o seu conteúdo, domínio de técnicas de marketing digital além de inteligência para usar os algoritmos a favor.” 

Casa do povo na tecnologia

Jorge Vianna também destacou o trabalho da comunicação da CLDF dizendo que a Casa do Povo está atenta com os novos hábitos virtuais e aberta aos novos tempos. 
 

 

“Não à toa a própria Casa, em seus canais oficiais, está sempre antenada nas últimas tendências que viralizam. Essas abordagens comunicativas atraem os cidadãos e aumenta o contato institucional com a população mesmo com a descontração característica das redes, não falta seriedade e densidade de informação.”

Riscos

O deputado alerta que essa nova realidade também pode apresentar riscos. Para ele, as novas tecnologias não são boas ou más, porém tudo depende de como as figuras públicas digitais a usam, sabendo que as postagens nas redes sociais têm imensa repercussão. 

“Esperamos que os influenciadores tenham responsabilidades, discernimento e bom senso para que o talento e o poder de influência que vocês têm seja utilizado para o bem, para promover boas práticas e bons exemplos.”

 

Profissão

A advogada e especialista em influenciadores digitais, Ingrid Chaves, destacou a importancia de o legislativo e judiciário reconhecerem a profissão e garantir direitos. 

“Me veio a lembrança o caso de um influenciador com quase dois milhões de seguidores, que tinha seu sustento através da plataforma e que foi hackeado. Foi uma luta reaver essa essa conta, pois tive que ouvir de um juiz que não considera um influenciador como uma profissão e portanto não haveria de se falar por exemplo em lucro cessantes.” 

A advogada explicou que os lucros cessantes são receitas que se deixam de ganhar por não estar na plataforma perdendo patrocínio ou publicidade.

“A gente tá evoluindo a passos lentos, mas evoluindo. Hoje o judiciário tem parceria com as plataformas Facebook e Tik Tok. Então quando nós entramos com um processo, já de imediato temos a intimação quase que instantânea, porque se dependesse da plataforma é quase impossível porque o suporte é demorado pois a demanda é alta.” 

Para Diego Ícaro, estrategista digital da enfermagem, os influencers trabalham em várias plataformas de outras pessoas e assim correm riscos pela ausência de uma associação que proteja os influenciadores. 

 “A gente trabalha na empresa dos outros e trabalhar com redes sociais alheias é sair da zona de conforto. Sair dessa zona é muito difícil, mas é algo prazeroso que a gente faz para nossos seguidores e para nossa família como fonte de renda, porém quais as nossas seguranças?”. Ao final de seu pronunciamento, Ícaro agradeceu ao deputado Jorge Vianna pela realização da sessão solene e por “nos informar de como nos defender”.

Falsos informadores

Para Taiz Brito, influencer e nutricionista, os influenciadores surgem por meio de um percurso, conhecendo outras habilidades da comunicação e outras características que eram até desconhecidas sobre si mesmos. Para ela, que é colunista do portal Metrópoles, os trabalhadores nas redes sociais são pessoas ousadas. “Principalmente às mulheres que se expõem em redes sociais, a gente sabe que o caminho não é tão lindo. É um percurso muito difícil e que, por vezes, as pessoas não acreditam na gente. Obrigado deputado, por validar o impacto dessas influencers que se expõe, estão vulneráveis, dando a nossa cara a tapas e aos desafios, como os haters”, afirmou Taiz

 

 

A nutricionista reforçou a importância de se “defende a verdade própria para assegurar a reputação” e pontou a presença excessiva de “falsos especialistas”. “Entre nutricionistas e médicos, já há conflitos pois a ciência cresceu demais com artigos científicos diários. Daí você ainda coloca pessoas que não são da área falando e esses conflitos aumentam mais. É realmente desafiador e complicado quando a gente assume ali uma informação. Mas é bom ter um comprometimento para se respaldar.”

Humanização

Já a drag e jornalista Carmela reforçou a importância e o cuidado de ser influenciador digital. Para ela, todas as pessoas, fora ou dentro da internet, influenciam e têm a possibilidade de trazer contribuição e colaboração e de compartilhar o que se tem de melhor e o pior.
 

 

“A Carmela é uma espécie de anti-influenciadora porque a gente fala de lifestyle, beleza e isso não é exatamente o meu forte. A gente tenta influenciar por outras questões, dizendo que esse corpinho aqui também tem o que compartilhar, falando sobre saúde e depressão.”

A influenciadora diz que por vezes se tem a sensação de que ser influencer é ser linda e incrível. Para ela, a plataforma Instagram dá a sensação de que todo mundo é feliz, porém ela faz questão de compartilhar a vida como ela é.

“Eu nunca ganhei dinheiro com as plataformas e publicidades, porque as empresas não querem se associar a uma figura como Carmela. Eu aplaudo as poucas iniciativas que tornaram a possibilidade de influência da minha parte. Somos pessoas que influenciam.” 

Por sua vez, a Influenciadora digital Gabi Sampaio diz que trabalha desde os 13 anos e que a carreira na internet aconteceu de forma natural. Ela citou que traz um conteúdo de estilo de vida, história pessoal para que haja identificação nas pessoas. Gabi explicou também que por meio do marketing de influência é onde se consegue monetização com parcerias de lojistas.

 

 

“Eu acredito que a vida do digital influencer é muito diferente do que as pessoas acham. Temos que trabalhar sempre, pensando em inovações e não é só publicidade, a gente passa a vida real, sentimentos, o que a gente pensa ou acha. Temos que ser verdadeiros e trazer algo mais humanizado.”

Projeto de Lei

Dedé Roriz, gastrônomo e influenciador, propôs que haja uma lei que destine de 1 a 5% da verba publicitária da CLDF, para ser distribuído entre os influenciadores, que tenham cadastro e formalização de números de seguidores, para também divulgar o trabalho da Câmara. 

“Às vezes, todo o trabalho duro dos parlamentares e servidores, poderiam estar sendo divulgados por meio de vocês. Essa é minha dica, e que vocês possam ser remunerados oficialmente pela Câmara Legislativa.”

Fonte: Agência CLDF

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