Na manhã desta quarta (7), a Câmara Legislativa do Distrito Federal realizou solenidade em homenagem aos sanitaristas como reconhecimento pela atuação da categoria na promoção da saúde pública no DF. A solenidade, proposta pela deputada Dayse Amarilio (PSB), contou com a presença de entidades do Ministério da Saúde e especialistas em saúde coletiva.
Os homenageados celebraram os avanços do exercício da saúde coletiva no país, com a aprovação, ano passado, da Lei Federal 14.725/23, que regulamenta a prática profissional de sanitarista no Brasil. Em sua fala de abertura do evento, a parlamentar reforçou que a legislação em vigor resgata equidade e inclusão, principalmente das mulheres, nos espaços de tomada de decisão pública e política.
“Não se fala de saúde sem se falar da mulher, da creche para essa mulher, da mulher negra, da mulher periférica, da mulher transexual, de tudo que nós temos como determinantes sociais do nosso país”, enfatizou Dayse Amarilio.
Avanços
Elizabeth Alves de Jesus, representante da Associação de Bacharéis em Saúde Coletiva (Abasc) destacou avanços da entidade em todo Brasil, com atuações em universidades, clínicas, hospitais e laboratórios. Ela também compartilhou experiências como sanitarista e os desafios que a categoria ainda enfrenta.
“Chegávamos a um espaço tínhamos que explicar quem era, afinal, o bacharel em saúde coletiva”, relatou Elizabeth Jesus. “Repetidas vezes, descrevemos que o sanitarista dedicou pelo menos quatro anos da sua vida conhecendo e divulgando que saúde não é só ausência de doenças, que as pessoas possuem características, contextos e subjetividades que influenciam sua saúde.”
A representante da Abasc salientou a importância do reconhecimento da profissão no funcionamento e manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS), desempenhando papel crucial na identificação e controle de doenças. Elizabeth Jesus ainda frisou a contribuição dos sanitaristas na promoção de hábitos de vida saudáveis e na prevenção de enfermidades, para a melhoria da qualidade de vida da população.
“Somos os profissionais que pensam da política de saúde, seja de estado, seja de nível descentralizado”, ressaltou Elizabeth Jesus. “Desenvolvemos habilidades para identificar estratégias, promoção da saúde para a comunidade, prevenção de doenças para trabalhar no território e também para trabalhar o complexo produtivo da saúde.”
Equidade
Mestre em saúde coletiva pela Universidade de Brasília (UnB) e assessora de Políticas de Inclusão, Diversidade e Equidade em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Alicia Kruger enfatizou a importância da equidade e maior representatividade na gestão da saúde pública.
“Esse Ministério da Saúde não tem medo de colocar travestis na alta gestão de diferentes secretarias, de colocar mulheres em posições de decisão, como no próprio Ministério da Saúde, que não tem medo de colocar a ciência como grande lema desta gestão”, destacou Alicia Kruger.
A representante do MS também exaltou a luta dos sanitaristas por maior reconhecimento e propostas de lei para garantir valorização profissional, qualidade dos serviços e fortalecimento do SUS. “Já quebramos o paradigma da saúde pública, para passar para o paradigma da saúde coletiva. Isso é um grande marco.”
Fonte: Agência CLDF