Em alusão à campanha do Setembro Verde, mês da conscientização sobre a doação de órgãos, a Secretaria de Saúde (SES-DF) promove, neste domingo (17), evento para reforçar a importância do tema. A ação ocorre no Estacionamento 10 do Parque da Cidade, das 9h às 13h.
O Distrito Federal aparece no sétimo lugar entre as unidades da Federação com maior número de doadores efetivos por milhão de habitante. Além disso, a capital aparece em primeiro lugar por milhão de habitantes com o maior número de transplantes de fígado e de coração realizados
Na programação, haverá conversas sobre doação de órgãos, aferição de pressão e de glicemia, ginástica laboral e música com um dueto do Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF). Além disso, serão convidados pacientes que aguardam um transplante, além dos que já foram transplantados e de famílias doadoras, para relatos e troca de experiência.
“A importância de doar órgãos está em dar esperança ou uma maior qualidade de vida a quem precisa. Há muitas pessoas que só têm essa oportunidade para continuar vivendo, como quando se fala em um dependente de hemodiálise ou de alguém que tenha problema visual”, lembra a diretora da Central Estadual de Transplantes (CET-DF) da SES-DF, Gabriella Christmann.
Podem se beneficiar do transplante pessoas com doenças crônicas ou agudas, cujos tratamentos já esgotaram as possibilidades de recuperação e que a única alternativa seja a substituição do órgão ou tecido afetado e para as quais o transplante seja uma indicação formal e uma possibilidade terapêutica vantajosa. Essas doenças e condições de saúde estão elencadas no Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes, definido pela Portaria de Consolidação GM/MS Nº 4, de 28 de setembro de 2017.
Ranking
O Distrito Federal aparece no sétimo lugar entre as unidades da Federação com maior número de doadores efetivos por milhão de habitante. Além disso, a capital aparece em primeiro lugar por milhão de habitantes com o maior número de transplantes de fígado e de coração realizados. No ranking dos procedimentos de rim, medula óssea e córnea, o DF é o segundo colocado por milhão de habitantes.
O paciente se torna um possível doador quando preenche os requisitos estabelecidos no protocolo médico que evidencia a morte encefálica, para doação de órgãos, e a morte cardíaca ou encefálica, para doação de tecidos; mas o que realmente define é a decisão da família
Até julho deste ano, já foram realizados 500 transplantes. Em 2022, ocorreram 747 procedimentos. Atualmente, 711 pessoas aguardam na lista por um transplante no DF. Desses, 648 esperam por um rim, 44 estão na fila para receber um coração e 19 aguardam por um fígado.
Para entrar na lista de espera de transplante, o médico do paciente precisa cadastrá-lo em uma lista única. Os receptores (pacientes que estão na lista) são separados de acordo com as necessidades e conforme o órgão que precisa, tipos sanguíneos e outras especificações técnicas.
O paciente se torna um possível doador quando preenche os requisitos estabelecidos no protocolo médico que evidencia a morte encefálica, para doação de órgãos, e a morte cardíaca ou encefálica, para doação de tecidos; mas o que realmente define é a decisão da família. Segundo a diretora, se o indivíduo quer ser um doador, é essencial deixar, em vida, essa vontade bem clara, pois, na prática, são os familiares que autorizam o procedimento.
Prioridade
Tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na rede complementar, o paciente entra na lista de transplantes por meio da inserção de seu nome no Sistema Nacional de Transplantes (SNT) pela equipe transplantadora que o avaliou.
O sistema de lista única tem ordem cronológica de inscrição, sendo os receptores selecionados desse modo, em função da gravidade ou da compatibilidade sanguínea e genética com o doador. Porém, a distribuição depende de outros critérios além do tempo na fila, que variam de acordo com o órgão a ser transplantado e suas devidas necessidades.
Os critérios de desempate são diferentes de acordo com o tipo de órgão ou de tecido. A gravidade é motivo de priorização ou de atribuição de um caso especial. Além disso, o público infantil tem prevalência quando o doador também é criança ou quando há adultos concorrendo.
“Havendo um doador, o sistema informatizado do SNT gera uma lista de pacientes compatíveis de acordo com tipo sanguíneo, peso e altura. Essa lista é do próprio estado, pois a prioridade é de o órgão ficar no estado em que foi doado”, explica Christmann. “Em seguida, são analisadas equipes para o recebimento do órgão e exames dos possíveis receptores. Se não houver, a Central Estadual de Transplantes oferta aquele órgão para a Central Nacional de Transplantes.”
É possível acompanhar a posição e a evolução da lista de espera pelo site do STN. Basta clicar em “Prontuário do Paciente” e selecionar o cadastro técnico referente ao tipo de transplante inscrito. Para realizar a consulta, o paciente deverá ter em mãos o número do Registro Geral da Central de Transplantes (RGCT), Certidão de Nascimento e CPF.
*Com informações da Secretaria de Saúde