A parceria entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e os setores hoteleiro e de turismo foi reconhecida nesta quarta-feira (20) com a entrega de um diploma ao governador Ibaneis Rocha. A comenda da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal (Abih-DF) foi entregue para enaltecer ações como a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS) de 5% para 3%, um dos menores entre as capitais do país.
O aumento na taxa de ocupação dos hotéis de Brasília, que saltou de 59,43% em 2019 para 65,71% em 2023, também foi lembrada pelo segmento. A flexibilização nos impostos é um dos claros motivos para o bom desempenho do setor. Ainda por parte do GDF, cerca de R$ 100 milhões foram investidos no setor este ano, beneficiando mais de 50 segmentos.
“Esses números refletem a importância desses segmentos para a nossa cidade. É seguir evoluindo e dando mais condições para que possamos crescer ainda mais”Governador Ibaneis Rocha
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal (Abih-DF), Henrique Severien, foi o responsável por entregar o diploma de honra ao mérito a Ibaneis Rocha no gabinete do governador no Palácio do Buriti. Além de Severien, participaram do encontro o secretário de Turismo, Cristiano Araújo; o presidente da Câmara Legislativa, deputado distrital Wellington Luiz, e os empresários Paulo Octávio e André Octavio Kubitschek, além de outros representantes do setor de hotelaria.
Crescimento
“O primeiro sintoma de que o turismo está indo bem é a hotelaria. Foi um ano fantástico”Cristiano Araújo, secretário de Turismo do DF
“Quando assumimos o governo, nem telefone a Secretaria de Turismo tinha”, lembrou o governador Ibaneis. “O setor estava abandonado, e iniciamos um trabalho de reconstrução que tem colhido muitos frutos. Reunimos as entidades do setor produtivo para que Brasília tivesse uma agenda de eventos, com a ocupação dos hotéis em alta, gerando emprego e renda. Esses números refletem a importância desses segmentos para a nossa cidade. É seguir evoluindo e dando mais condições para que possamos crescer ainda mais.”
Segundo Cristiano Araújo, têm colaborado para o boom vivenciado pelo setor os grandes shows no DF – como das bandas Kiss, Deep Purple e Red Hot Chilli Peppers e dos astros Paul McCartney e Roger Waters –, os eventos corporativos, as partidas de futebol e da Liga das Nações de vôlei feminino.
“Se você tirar os finais de semana dá quase 90% de ocupação dos hotéis”, avaliou. “A arrecadação com ISS era de R$ 7 milhões em 2018 e subiu para R$ 35 milhões em 2023. O primeiro sintoma de que o turismo está indo bem é a hotelaria; isso é o significado mais puro, porque se os hotéis estão cheios é porque tem muita gente de fora aqui em Brasília. Foi um ano fantástico.”
Mais eventos e novo voo internacional
A expectativa para 2024 é grande para o setor, com grandes eventos planejados. O DF terá uma nova edição do Villa Mix, em 21 de abril, e já tem confirmado o show do tenor e compositor italiano Andrea Bocelli, marcado para 21 de maio. Outros grandes espetáculos com artistas nacionais e internacionais estão em negociação. Um novo voo direto internacional saindo de Brasília para uma importante cidade do Chile também está confirmado.
Maior feira do setor na América Latina, Abav Expo está programada para a última semana de setembro
Cristiano Araújo complementa: “Implementamos o voo para Lima [Peru], temos três voos diários para Orlando e Miami [EUA] e conseguimos mais um voo para a Argentina. Passamos a ter stopover aqui – a pessoa pode passar três dias em Brasília sem ter que pagar a mais por isso. Brasília está na rota do turismo”.
Outra boa notícia para o DF é que a Abav Expo 2024, maior feira de turismo da América Latina, está confirmada em Brasília, entre 25 e 27 de setembro do próximo ano. No ramo esportivo, a capital federal será ponto de partida e de chegada do Rally dos Sertões, em agosto, além de ter a expectativa de receber mais jogos de grandes clubes da Série A do Campeonato Brasileiro.
Força do turismo
Outras ações adotadas nos últimos anos colaboraram para o turismo no DF. Pela primeira vez, a capital esteve apta a captar recursos do Fundo Geral do Turismo (Fungetur), do Ministério do Turismo. A emissão da carteira para artesãos saltou de 7,4 mil em 2019 para mais de 12,6 mil em 2023.
A reforma de espaços como a Concha Acústica e o Museu de Arte de Brasília (MAB) e dos centros de atendimento ao turista (CATs) entram nesse rol de iniciativas. A concessão do Parque Granja do Torto à iniciativa privada também movimentou o DF. Por lá são realizados eventos de grande porte, a exemplo da Expoabra e do Brasília Capital Moto Week.
O DF é, atualmente, o terceiro polo gastronômico do país, situando-se entre as cinco cidades brasileiras com maior visitação náutica e dispondo de um grande parque hoteleiro com mais de 400 hotéis, de acordo com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar). Por sua vez, a coleção Rotas Brasília, disponível para viajantes nos CATs e no site da Secretaria de Turismo do DF (Setur), reúne 13 rotas turísticas, organizadas por segmentos, como a Rota do Café e do Rock.
“Nada disso seria possível sem a parceria com o governo. Essa junção do público e do privado permite que a gente realize eventos desse tipo”Richard Dubois, CEO da Arena BSB
CEO da Arena BSB – responsável por administrar o Mané Garrincha e o Ginásio Nilson Nelson –, Richard Dubois reforçou que o calendário de eventos em Brasília estará recheado em 2024, tanto com shows internacionais e nacionais quanto com esporte. “Vamos trazer ainda no primeiro semestre um festival, o Monsters of Rock”, anunciou. “Teremos o The Who, uma banda que ainda não fechamos, que será o ZZ Top ou Lynyrd Skynyrd, e uma banda brasileira. Teremos sertanejo, vai ter MPB, vai ter show grande no fim do ano e temos pelo menos quatro shows internacionais do calibre que tivemos esse ano”.
O apoio do GDF, lembrou Dubois, é essencial para o entretenimento na cidade. “Nada disso seria possível sem a parceria com o governo. O governador Ibaneis Rocha sempre colocou uma prioridade de trazer eventos e conteúdos, e tem nos apoiado de todas as formas possíveis. O BRB é um parceiro de todos os eventos. Essa junção do público e do privado permite que a gente realize eventos desse tipo, e sem isso Brasília estaria na mesmice do passado”.
*Colaborou Adriana Izel