Projeto da Regional do Gama propõe política de saúde integrativa e envolve educadores e terapeutas
João Pedro Eliseu, Ascom/SEEDF
Alguns meses depois da formatura na especialização em Terapia Comunitária Integrativa (TCI), em parceria com a Secretaria de Saúde (SES-DF) e a Universidade de Brasília (UnB), professores do primeiro grupo de docentes da Coordenação Regional de Ensino (CRE) do Gama formados na prática integrativa de saúde se reuniram esta semana para o primeiro encontro da turma apelidada de Florescer. Na segunda (15), o Centro Educacional (CED) Gesner Teixeira do Gama foi palco de uma sessão de TCI.
Na roda de conversa, houve espaço para falas importantes, mas também para momentos de descontração com música. Tudo isso para proporcionar um ambiente acolhedor para os educadores cuidarem da saúde mental de maneira coletiva, e também para discutirem a aplicação das práticas terapêuticas juntamente à comunidade escolar como um todo.
O encontro aconteceu dentro da escola, no espaço Jéssica Teixeira, conhecido como Espaço Comvida, que existe desde 2018. O local é um marco representativo no avanço do desenvolvimento de políticas e de espaços de acolhimento para educadores e para a comunidade escolar, sendo o primeiro espaço na articulação do projeto de implementação das TCIs.
As sessões são adoradas por toda a comunidade do CED Gesner Teixeira, que se orgulha da conquista dessa possibilidade terapêutica coletiva. “A terapia comunitária é uma ferramenta importante na construção da cultura de paz dentro de nossas escolas, pois permite a escuta e a fala. É um lugar onde as dores e alegrias são partilhadas”, afirma Leila Cunha de Albuquerque, uma das idealizadoras do espaço Comvida e professora atuante na Regional do Gama.
A sessão foi realizada entre muitos terapeutas e ao final foi aberta uma discussão sobre ampliação, melhorias e desafios da prática terapêutica. Os terapeutas-educadores atuam há dois anos em 10 escolas e, quando necessário, contribuem com outras unidades escolares da Regional do Gama.
Ao todo, 26 professores e orientadores formados em Terapia Comunitária Integrativa fizeram um curso de 240 horas e se formaram no final do ano passado. Um deles é o professor e terapeuta comunitário Jairo Mendonça. “A importância das TCIs é acolher e abrir um espaço de escuta sensível aos alunos. A partir do compartilhamento dos problemas, é possível buscar soluções”, comenta.
Terapia Comunitária
Entendida como prática integrativa de saúde, a Terapia Comunitária é uma metodologia inovadora que atua na melhoria sistemática da saúde dos envolvidos promovendo um ambiente acolhedor de partilha de angústias e alegrias. É um momento regado a muita cultura e, para além do diálogo, propõe uma abordagem cultural onde há espaço para música, cânticos populares e danças.
A prática integrativa de saúde é reconhecida pelo Ministério da Saúde como uma estratégia psicossocial. Em espaço democrático de expressão e de respeito, a metodologia propõe quatro pilares fundamentais, que funcionam como regras:
▷ 1º regra: Sempre falar na primeira pessoa. É importante preservar o aspecto narrativo e se incluir como personagem vivo das discussões.
▷ 2º regra: Silêncio. Além da fala, é fundamental a escuta.
▷ 3º regra: Não julgar ou dar conselhos. Cada experiência e relato deve ser respeitado
▷ 4º regra: Sempre envolver na roda música e cultura.