- PUBLICIDADE -
InícioDistrito FederalEducaçãoO que a nossa rede tem: atendimento especial para deficientes visuais

O que a nossa rede tem: atendimento especial para deficientes visuais

O CEEDV, na Asa Sul, oferece atendimento para 500 estudantes, desde a alfabetização à inserção deles no mercado de trabalho

Ícaro Henrique, Ascom/SEEDF

 

 

A Secretaria de Educação do DF tem uma escola especializada em alfabetização e formação de estudantes com deficiência visual. O Centro de Ensino Especial para Deficientes Visuais (CEEDV) está localizado na 612 Sul e oferece proposta pedagógica curricular com foco na inclusão do estudante na rede regular de ensino e no mercado de trabalho. São cerca de 500 alunos matriculados e um time de professores especializados para alfabetização em braille, línguas portugês escrito, sorobã, atendimento psicológico, fonoaudiológico, avaliação psicopedagógica, além de aulas de música, natação, educação física e artes cênicas.

 

Faz parte da missão da Secretaria de Educação do DF implementar políticas educacionais que visam potencializar o desenvolvimento dos alunos e equalizar as oportunidades de acesso e permanência à educação pública e de qualidade. Para a SEEDF, a edificação de uma sociedade livre, justa e solidária faz-se mediante uma educação consistente, pautada pela construção da autonomia, pela inclusão e pelo respeito à diversidade.

 

O CEEDV é uma escola de natureza especial que garante uma educação especializada para crianças, jovens e adultos com deficiência visual. “Na escola, praticamos a cidadania plena para crianças que nascem cegas ou em casos de cegueira adquirida, que pode incluir qualquer faixa etária. Aqui o aluno é alfabetizado com tecnologias assistivas, braille, livro didático adaptado e falado e sorobã, que é a matemática adaptada para deficientes visuais”, explica o diretor do CEEDV, Airton Dutra.

 

Os estudantes saem da escola lendo e escrevendo em braille e com noções básicas de sorobã, matemática adaptada para pessoas com deficiência visual.“Eu gosto muito da escola, dos professores. Na sala a gente aprende a ler e escrever em braille, mas gosto muito de futebol, da aula de música, sorobã e artes visuais, que são as atividades que faço aqui”, conta Paula Sophia, de 10 anos.

 

“O resultado do nosso trabalho é significativo, temos ex-alunos que foram alfabetizados em nossa escola e que se tornaram advogados, juízes, professores”, conta o Airton Dutra.

 

 

Superação

 

Vivo uma história de vida baseada em aprendizado, adaptação e superação. Trabalhei por mais mais de 35 anos em banco e, após a aposentadoria. fui surpreendido com descolamento de retina dos dois olhos e não tenho a visão central, só enxergo com a parte periférica do olho

Milton Kruger, aluno do CEEDV

 

O CEEDV recebe alunos de qualquer faixa etária acometidos com cegueira adquirida. Como é o caso do bancário aposentado, Milton Kruger, 62 anos, que devido a complicações perdeu parte da visão. “Vivo uma história de vida baseada em aprendizado, adaptação e superação. Trabalhei por mais mais de 35 anos em banco, fui fundador de uma importante bandeira de cartão de crédito e, após a aposentadoria, fui surpreendido com descolamento de retina dos dois olhos e não tenho a visão central, só enxergo com a parte periférica do olho”, conta Milton.

 

O incidente não privou Milton dos seus sonhos e o aposentado deu a volta por cima. “Foi uma perda estranha, pois sempre fui uma pessoa ativa na vida. Procurei ajuda e uma médica indicou o CEEDV, onde passei por avaliação e consegui me matricular”, explica Milton. “A escola me deu autonomia novamente, aprendi coisas simples como cortar uma carne, caminhar na rua com a bengala, pegar um ônibus. Agora estou aprendendo a ler e escrever em braille, e também a fazer cálculos no sorobã”, finaliza.

 

Apoio pedagógico

 

O CEEDV tem um Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), onde são produzidos livros didáticos, paradidáticos e literários em braille, que são distribuídos na rede pública de ensino do DF. O setor é integrado à escola, e fica responsável pela produção de todo material pedagógico destinado aos estudantes com deficiência  visual. Tudo é impresso na Impressora de mesa em braille.

 

 

As atividades do CAP contribuem para o desenvolvimento pleno das potencialidades do usuário e o seu preparo para o exercício da cidadania. O trabalho é executado por um time de profissionais especializados, todos professores habilitados da Secretaria de Educação, com ou sem deficiência visual, além de servidores cegos responsáveis pela revisão do material. “Qualquer servidor da SEEDF pode atuar no CAP, mas precisa se especializar em cursos de braille e sorobã”, conta o diretor da escola.

 

Voluntariado

 

Funciona no CEEDV, desde 1992, o Clube de Leitura, na Biblioteca Braille Elmo Luz. O projeto foi criado para oferecer auxílio aos estudantes nas atividades escolares, por meio de leitura e estudos para vestibular e concurso público.  Em mais de 30 anos, o projeto coleciona histórias de gente que conquistou lugar no mercado de trabalho.

 

O sonho de ingressar no ensino superior, de ser aprovado em um concurso ou de concluir o diploma do ensino médio é alcançado pelos deficientes visuais com o auxílio dos livros traduzidos em braile e do apoio de voluntários que ajudam os frequentadores da biblioteca a estudar. A biblioteca é referência no DF em livros em braile e audiolivros.

 

A biblioteca atende a deficientes visuais e pessoas com baixa visão que precisam fazer trabalhos da faculdade e estudar para vestibular ou concurso. Os deficientes visuais frequentam o espaço para pegar emprestado livros em braille, usar a máquina de escrever em braille ou para reforçar os estudos.

 

 

São mais de 80 universitários e professores voluntários que se deslocam todos os dias até a escola para oferecer serviços de leitura, gravação de materiais impressos, serviço de digitação, aulas de Inglês, matemática e língua estrangeira.

 

“Sempre tem alguém com tempo e disposição para oferecer serviço de leitura e estudo para os alunos que estão estudando para concurso ou vestibular. Eles nos procuram na biblioteca, preenchem o formulário especificando o tipo de serviço a ser oferecido e após isso nós entramos em contato para sinalizar que temos alunos precisando de ajuda”, explica Carlos Alberto Lima, 53 anos, servidor deficiente visual e atendente na biblioteca há 12 anos.

 

Para fazer parte do Clube do Ledor, o voluntário deve cadastrar-se presencialmente na Biblioteca do CEEDV, na quadra 612 Sul, ou pelo e-mail [email protected].

 

Essa reportagem faz parte da série O que a Nossa Rede Tem, que mostra os serviços que a rede pública de ensino do Distrito Federal oferece.

 

Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais - CEEDV

 

Fonte: Secretaria de Estado de Educação do DF

Comentários

[wce_code id=1]
- PUBLICIDADE -

Últimas Notícias

- PUBLICIDADE -