Mais de 50 escolas públicas vão receber o programa, que prevê atividades interativas e palestras
Por Thaís Miranda, da Agência Brasília | Edição: Ígor Silveira
Com o objetivo de prevenir atos de violência de gênero e conscientizar os jovens sobre respeito e proteção às mulheres, este Governo do Distrito Federal (GDF) desenvolveu o programa Educar para Proteger. A cerimônia de lançamento ocorreu nesta segunda-feira (26), no Centro Educacional Myriam Ervilha, em Água Quente, e contou com um público de 500 pessoas, entre autoridades, alunos e educadores.
O Educar para Proteger foi idealizado para levar debates relevantes sobre a temática para dentro das salas de aula, tendo em vista que 73% das crianças do Distrito Federal (DF) são alunos da rede pública de educação. O programa vai percorrer 57 unidades escolares levando atividades interativas e palestras rápidas, com a participação de especialistas, educadores e representantes de organizações que defendem a causa.
De acordo com a secretária da Mulher, Giselle Ferreira, o objetivo é formar cidadãos conscientes e engajados na construção de uma sociedade mais justa e segura. “Educar hoje para não precisar punir amanhã. Queremos intensificar cada vez mais as ações dentro das escolas para criar uma nova geração. A proposta vem a somar com as atividades já realizadas na rotina escolar”, afirmou a chefe da pasta.
O programa, coordenado pela Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF) em parceria com o Instituto Inside Brasil e a Secretaria de Educação (SEEDF), foi desenvolvido com o objetivo de eliminar estereótipos de gênero, promover uma cultura de respeito e não tolerância à discriminação e à violência, além de fornecer às adolescentes informações sobre canais de denúncia e equipamentos públicos pertencentes à rede de proteção.
A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, destacou a importância da parceria entre as pastas para conscientizar crianças e adolescentes. “Esse é um trabalho integrado para dizer às meninas que fiquem de olho no comportamento do colega, namorado ou parceiro porque o abuso começa cedo e isso precisa ser trabalhado nas escolas para evitar que, mais para frente, alguma mulher tenha que lidar com qualquer tipo de agressão. Essa é mais uma iniciativa importante para gerar conhecimento e alertar as meninas para evitarem esse tipo de relação abusiva”, afirmou.
Educação no combate à violência
O programa nasce em um contexto atual no qual observa-se a necessidade de ações voltadas à comunidade escolar, tendo em vista que a educação é o melhor meio para a prevenção e combate à violência, sendo um mecanismo eficiente na erradicação da violência de gênero no ambiente doméstico e familiar.
A aluna do oitavo ano do Centro Educacional Myriam Ervilha, em Água Quente, Yasmin Nataly de Freitas, 13 anos, elogiou a iniciativa de levar o assunto para dentro das salas de aula: “Hoje eu ouvi muitas histórias sobre essa violência, que é uma coisa muito errada de se fazer. Homens que batem em mulheres são covardes, eles acham que tudo que acontece em um relacionamento é culpa nossa, e precisam perceber que eles estão errados. Muito bom participar desse debate aqui na escola porque a gente aprende a vai repassando a conscientização para outras pessoas”.
“Eu moro com quatro mulheres e, em casa, me ensinaram a respeitá-las. Mas já presenciei casos de agressão em pessoas próximas a mim. Então, essa palestra de hoje foi muito boa para incentivar quem sofre algum tipo desses crimes a denunciar”, avaliou o aluno do nono ano Isaque Bruno, 15.
*Com informações da Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF)