Projeto Vernissage promove cultura com apresentações de música, dança e teatro
Bruno Grossi, Ascom/SEEDF
Imagine uma escola do Ensino Fundamental em que as aulas de artes contassem, além do estudo tradicional das escolas de época da história da arte, com uma exposição de arte de materiais produzidos pelos próprios estudantes? É isso que propõe o projeto Vernissage do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 1 do Paranoá.
O projeto é fruto da iniciativa de Janaína Pires, professora de artes do colégio. Ela conta que o projeto foi incluído no Projeto Político-Pedagógico (PPP) em 2023, e após ser aprimorado, agora conta com exposição de artes, música, dança e teatro. No ano passado, o projeto foi lançado com temas livres para todas as turmas do matutino e vespertino. Este ano, o tema do Vernissage é a cronologia da história da arte.
“O Vernissage começou de forma simples e tímida, mas atualmente é possível perceber a evolução criteriosa nos trabalhos, que são mais diversos e com adesão de mais linguagens artísticas. Também se nota um maior interesse e participação dos estudantes”, relata a idealizadora.
Com a participação dos demais professores de artes da escola, Dalyse Clifford, Edson França, Samanta Maciel e Josi Lins, e a formalização do projeto no calendário oficial de atividades, a escola pôde direcionar investimentos para aprimorar uma sala multiuso, que agora conta com palco, iluminação e mesa de som para as apresentações.
Leonardo Valadares, vice-diretor da escola, explica que “o projeto tem o intuito de estimular os estudantes a criarem, a partir de suas identidades e habilidades, suas próprias obras de arte, desmistificando e possibilitando a experimentação artística”.
Empreendedorismo
Além de proporcionar ao estudante a experiência como artista, com a visibilidade da exposição, o projeto trouxe também a ideia de economia criativa, despertando nos participantes as possibilidades de ganhar dinheiro com a arte. “O projeto valoriza a exposição dos trabalhos, possibilitando a visitação, promovendo a divulgação das obras, além de trabalhar os conceitos de precificação, estimulando empreendedorismo e contribuindo para a formação de possíveis artistas e apreciadores de arte”, explica o vice-diretor.
Os alunos podem escolher se suas obras estarão à venda, e então elas podem ser compradas pelos próprios amigos de escola, familiares e comunidade escolar. O valor é repassado para o estudante-artista. “A execução e o sucesso do projeto é o resultado do trabalho conjunto dos professores de artes envolvidos, colegas colaboradores, gestão pedagógica e estudantes”, comemora Leonardo.
Apresentações
O projeto artístico originalmente tinha como base a exposição de trabalhos de linguagem visual, mas a celebração da abertura da exposição abriu possibilidades para as outras linguagens artísticas, como a música, a dança e as apresentações cênicas. O estudante do 9º ano, Yuri da Silva Santos, 15 anos, participou da abertura do evento com uma apresentação solo de dança, acompanhado da música francesa “Voila”, de Barbara Pravi.
Yuri destaca que a experiência multicultural foi importante para destravar a timidez em público, permitindo que desenvolvesse melhores falas quando se apresenta em sala. “Antes eu não gostava de artes, mas, a partir do projeto, tive o privilégio de conhecer diferentes formas artísticas e passei a ter uma visão ampliada e me sentir mais livre para me expressar”, conta.
Outro aluno que participou da apresentação teatral foi Samuel Guilherme da Silva, 13 anos, estudante do 8º ano. “Participei também do projeto de dança, teatro e capoeira, e vi que é um jeito de viver mais próximo da cultura brasileira e aprender mais sobre isso”. Samuel conta que entrou no projeto para perder a timidez ao falar em público. “Me ajudou bastante, estou bem mais extrovertido e descobri mais da minha própria personalidade por meio do teatro”.
O relato dos estudantes prova que o projeto Vernissage atua também na formação do caráter e da personalidade dos adolescentes. “A autoestima dos alunos foi aumentada, ao reconhecerem que sua arte é seu trabalho, com o critério que fazer bem feito é fazer com o coração”, avalia a professora Janaína.