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Crianças e adultos receberão orientações sobre saúde renal

Referência no Distrito Federal em acompanhamento de crianças com doença renal crônica, o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) programou atividades especiais no sábado (16) para destacar o Dia Mundial do Rim, celebrado nesta quinta-feira (14). A equipe de nefrologia utilizará materiais lúdicos para explicar às crianças quais os cuidados necessários para manter a saúde do rins.

Neste sábado, haverá ação no Conjunto Nacional, onde os médicos e a equipe multiprofissional do HCB vão abordar as pessoas para falar sobre o exame da creatinina, feito a partir de amostras do sangue. 

Diálise

Segundo a coordenadora de nefrologia pediátrica do HCB, Kallyne Morato, a doença renal crônica é aquela em que o paciente apresenta uma lesão renal que dura mais de três meses. “Ela atinge, hoje, cerca de 10 milhões de brasileiros, e temos cerca de 145 mil pessoas dependentes de diálise no Brasil”, aponta. “É muito mais frequente em adultos, porém, quando atinge crianças, principalmente em estágios mais avançados da doença, pode trazer consequências irreversíveis”.

O tratamento se desenvolve de acordo com o estado de saúde da criança, podendo variar entre uso de medicações, intervenção cirúrgica e procedimentos de prevenção contra obesidade, diabetes e hipertensão. Pacientes infantis em situação mais grave são encaminhados à terapia renal substitutiva (filtragem do sangue, que pode ser feita na forma da hemodiálise ou da diálise peritoneal) e ao transplante de rins.

O transplante, no entanto, não significa o fim do tratamento. “A doença renal crônica não tem cura, e é de suma importância que, depois do transplante, esse paciente continue o acompanhamento, porque vai precisar de medicações para evitar que o corpo rejeite esse órgão”, orienta a nefrologista.

Exames periódicos 

A coordenadora de nefrologia do HCB conta que, em crianças, na maioria das vezes, não é possível prevenir a doença renal crônica, já que ela é causada por malformações congênitas e doenças hereditárias. Mas é possível retardar sua evolução se acompanhada de forma regular. Como se trata de uma doença silenciosa, é importante estar atento a sintomas que possam levar a um diagnóstico precoce. 

“Infecções urinárias de repetição; inchaço pelo corpo, que é o edema; sangue na urina; pressão alta e anemia sem causa aparente são sinais de alerta”, indica a médica. Ainda na gestação, lembra ela, é importante fazer o pré-natal regular e acompanhar o desenvolvimento fetal por meio da ultrassonografia gestacional, que permite identificar malformações nos rins do bebê.

Outra medida importante para o diagnóstico é a realização de exames – especialmente a dosagem da creatinina no sangue, que permite fazer o cálculo da taxa de filtração. “A creatinina é uma substância produzida no músculo e eliminada nos rins”, esclarece Kallyne Morato. “Hoje, é o que temos de mais difundido para fazer o diagnóstico. Quando ela altera, já podemos estar diante de em um estado mais avançado da doença. Também contamos com o exame simples de urina, que permite a detecção de perda de proteína, sangue ou outras alterações que chamem atenção. Além disso, podemos realizar exames de imagem, para ver a função renal”.

Foi graças aos exames periódicos que Lauren Santos, 4, recebeu o diagnóstico da doença. “Ela foi a uma consulta de rotina com o pediatra, que pediu todos os exames e apontou que ela estava com insuficiência renal”, conta a mãe da criança, Eva Caroline Santos. “Minha filha foi direto para o hospital da nossa cidade, no Tocantins, e foi internada na UTI até que nos encaminharam para cá”. Atualmente, Lauren passa por hemodiálise no HCB três vezes por semana. Para Eva Caroline, ter iniciado o tratamento da filha tão cedo ajuda a deixar o acompanhamento mais tranquilo. 

Atendimento

Lauren é uma das quase 70 crianças com doença renal crônica acompanhadas pelo hospital – atualmente, são 48 pacientes infantis em tratamento ambulatorial, oito em diálise peritoneal e 13 em hemodiálise. “No estágio mais avançado, os pacientes precisam do acompanhamento multidisciplinar que temos no HCB”, explica a nefrologista. “Passam por enfermeira, nutricionista, assistente social”. Os nefrologistas também atendem crianças internadas na UTI e estão se preparando para, no futuro, fazer transplantes renais no próprio hospital.

“O Dia do Rim vem trazer a informação para que todos façam seu acompanhamento regular, que inclui dosar a creatinina e fazer o exame de urina, para fazer o diagnóstico precoce da doença e retardar a evolução dela”, ressalta Kallyne. Crianças e adultos que estiverem no ambulatório do HCB vão receber essas informações de forma lúdica nesta quinta.

No sábado, no Conjunto Nacional, a equipe do hospital dará orientações sobre práticas voltadas à saúde dos rins, com participação de voluntários da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace). A nefrologista dá a dica: “Tenha uma alimentação saudável, pratique atividade física, beba água e dose sua creatinina”. 

Conscientização pelo Dia do Rim

→ Data: sábado (16), das 11h às 16h
→ Local: Conjunto Nacional (na Praça JK, em frente ao acesso A).

*Com informações do HCB

Fonte: Agência Brasília

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