Sobre quatro patas, dez policiais K9 do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães) desfilaram por um tapete vermelho para a última missão. A formatura, ocorrida nesta terça-feira (8), marcou a aposentadoria dos animais, após oito anos de serviços à Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Na cerimônia, também foram apresentados oito novos cachorros que integrarão o batalhão.
“A aposentadoria é o respeito que a gente tem com esses cães que tanto serviram à população do Distrito Federal. A gente vê que os números mostram isso, em apreensão de drogas, apreensão de armas e até mesmo de pessoas suspeitas, como foi o caso do Lázaro [Barbosa], que a gente teve a contribuição da nossa cadela que o encontrou realmente naquele momento”, destacou a comandante-geral da PMDF, coronel Ana Paula Habka.
A importância dos animais para o trabalho da polícia foi reforçada pelo comandante do BPCães, o tenente-coronel Carlos Reis: “O cão encontra o que o olho não enxerga. Nós temos cinco milhões de células olfativas, o cão tem 250 milhões. Então, as últimas apreensões grandes que nós fizemos na Rodoviária [Interestadual], sem o cão seria impossível. Em uma delas, foram encontradas quatro armas dentro de malas. Em outras, foram 100 kg e outras duas de 30 kg, aproximadamente, de droga. Com o olho humano é impossível ir lá e abrir mala por mala. Com o cão, a facilidade é bem maior”.
Após a aposentadoria, os cães, via de regra, são adotados pelos policiais de quem foram parceiros ao longo dos anos de trabalho. “Esses cães fazem um trabalho formidável e nada melhor agora do que esse descanso merecido junto aos policiais que cuidaram deles a vida inteira. Já tem ali uma relação de amizade, de carinho que vai se formando ao longo dos anos”, pontuou o secretário extraordinário de Proteção Animal, Ricardo Villafane.
É o que ocorrerá, por exemplo, com a cadela Diana. Durante os anos de trabalho, ela participou de missões importantes, como a caçada ao criminoso Lázaro Barbosa — citada pela comandante-geral. Agora, viverá na casa do 3º sargento Allex Mourão. A relação entre os dois é tão forte que, mesmo mantendo a convivência, o militar já sente a falta que a companheira fará no trabalho: “Sei que nunca vou ter um cão igual a ela. Vou tentar fazer tudo, já estou treinando um filhotinho de 6 meses para que ele seja igual a ela, mas é praticamente certeza que não vai ser. É difícil, sempre tem um que mexe muito com a gente. Não sei se por ter sido a primeira, mas, para mim, ela é sensacional”.
Fonte: Agência Brasília