Se estivesse vivo, nesta terça-feira (2) o arquiteto Athos Bulcão completaria 106 anos. Autor de mais de 260 obras integradas à arquitetura do Quadradinho – entre elas os azulejos da Igreja Nossa Senhora de Fátima e a quadra-modelo 308 Sul -, o artista tem um legado vivo que pode ganhar um novo espaço de presente, com a construção da Fundação Athos Bulcão. O tema será debatido em audiência pública no dia 12 deste mês, às 11h, no auditório do Museu Nacional da República.
A sessão será promovida pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec) e vai discutir a concessão de um terreno localizado no Setor de Divulgação Cultural (SDC) para a construção da Fundação Athos Bulcão. A futura sede definitiva, se aprovada, contará com projeto arquitetônico de João Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé, um grande colaborador de Athos e arquiteto responsável por projetar os hospitais da rede Sarah Kubitschek.
“A Fundação Athos Bulcão tem um papel fundamental na preservação do patrimônio cultural do Distrito Federal. Athos foi um dos artistas mais importantes a trabalhar na construção da cidade e a Fundação, como herdeira de seu legado, merece contar com uma sede própria no eixo monumental, próximo a outros equipamentos culturais”, aponta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Claudio Abrantes.
As ruas são os museus
O subsecretário de Difusão e Diversidade Cultural da Secec, Felipe Ramón, pontua que o objetivo da audiência pública é ouvir a sociedade civil acerca da concessão do terreno, para saber se a população concorda com a outorga e garantir que não haverá concorrência ou licitações da propriedade.
“A fundação é privada e o terreno é público, por isso é necessária essa audiência”
Felipe Ramon, subsecretário de Difusão e Diversidade Cultural
“A fundação é privada e o terreno é público, por isso é necessária essa audiência. Mas, além de ser uma ferramenta de transparência, a sessão pública também terá como papel apresentar a intenção da fundação, mostrando o que eles pretendem construir ali”, explica Ramón. Ele também frisa que o artista homenageado é um ícone da arte brasileira e parte fundamental do processo de construção da cidade.
Atualmente a Fundação Athos Bulcão é um espaço alugado, localizado na W3 Sul. A secretária-executiva doa instituição, Valéria Cabral, explica que a demanda de uma sede nova e maior vem desde 2009 e busca oferecer para a cidade um museu do artista plástico, além de incorporar galerias de outros artistas.
“O intuito de um novo local é oferecer um espaço mais digno para o artista, assim como outros colaboradores da história e cultura de Brasília. Athos Bulcão tirou as obras dos museus e as colocou nas ruas para serem vistas por toda a população. É um legado de obras lúdicas, coloridas, simples e ao mesmo tempo elegantes. As crianças adoram e conseguem reproduzir por serem formas geométricas acessíveis para qualquer pessoa. E são artes familiares, porque estão nas residências, nas ruas da cidade e nos nossos caminhos”, afirma a gestora.
Fonte: Agência Brasília