Neste Carnaval, o Governo do Distrito Federal (GDF) credenciou 930 vendedores ambulantes para atuarem entre os dias 16 e 21 de fevereiro nos blocos carnavalescos nas asas Sul e Norte e no Parque da Cidade. Destes, 330 são comerciantes em barracas e 600 optaram por trabalhar como caixeiro fixo. O comércio alternativo foi ideal para quem viu, no retorno da festa, a oportunidade de uma renda extra.
Irenildo Soares Almeida, 42 anos, está com sua banca de brinquedos, fantasias e espumas montada no Parque da Cidade e, durante os dois dias em que trabalhou, conseguiu levar para casa R$ 1.200. “É uma data boa em que vendemos mais, puxando os preços e faturando melhor”, conta.
O psicólogo William Alves, 30 anos, era um dos foliões animados no Pacotão e alegria para os ambulantes, já que gasta mais de R$ 50 por dia comprando bebidas. E, de acordo com ele, tem seguido os blocos desde o primeiro dia de eventos, na sexta-feira (17). “Essa é uma média de gastos; estávamos todos muito ansiosos pela volta do Carnaval”, aponta.
Já a professora Alzira Bozaico, 33 anos, resolveu economizar neste último dia de folia. “Hoje não estou gastando nada, trouxe tudo de casa”, conta. “Em média, meu gasto varia entre R$ 30 e R$ 40, isso porque me alimento em casa antes de sair e costumo comprar bebida alcoólica e água”, completa.
Oportunidade
No Setor Comercial Sul (SCS), o evento Setor Carnavalesco Sul tem levado multidões para os shows e blocos que se apresentam na festa até hoje (21). Em meio à agitação, o folião não resiste a tantas ofertas e se esbanja na dança e, claro, no lanche. “Aqui a comida está em conta e muito saborosa. Lá em Santa Maria, onde moro, pago bem mais caro. Estou ganhando no valor e na qualidade”, destaca o publicitário Fernando Wellington, 32 anos, que curtiu o Carnaval no evento do SCS.
Graças ao projeto Bora (Base de Orgulho e Ressignificação de Ambulantes), um projeto do No Setor, vendedores ambulantes que atuam na região central de Brasília estão conseguindo lucrar ainda mais. O Setor Carnavalesco Sul abriu mão de montar um bar próprio no evento – como fez a maioria dos blocos – e abriu espaço para que somente os ambulantes cadastrados na plataforma oferecessem comida e bebida aos foliões.
“Estamos abrindo espaço para os ambulantes no evento porque eles também fazem parte dessa festa. Acreditamos que o Carnaval deve ser, acima de tudo, acessível, inclusivo e social e é nessa toada que a gente vai tocar”, explica o produtor do Setor Carnavalesco Sul, Caio Dutra. A ideia de ter a participação dos vendedores durante os dias de folia, embora tenha entrado em operacionalização apenas neste ano, já existe há três anos. “Foi até bom não ter acontecido antes, pois foi possível amadurecer a ação”, complementou a produtora Érica Cidade.
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No local, há 100 ambulantes inscritos: 70 vendendo bebidas e 30, comidas. Todos eles assinaram um termo de uso do espaço com a organização do evento e, independentemente de fazerem parte do projeto Bora, estão podendo atuar no evento. “Eu estou muito feliz de participar pela primeira com vendas aqui. Está muito bem organizado. Para a gente que vive como ambulante, nos foi dada a oportunidade de trabalhar sem cobranças de taxas”, comemora o chef de cozinha Matheus Santos, 29 anos.
Os ambulantes que vendem bebidas no Setor Carnavalesco Sul têm, à disposição, um bar montado pelo patrocinador e podem comprar diretamente ali, com preços mais acessíveis, garantidos pela organização do evento. Todo o lucro de venda fica para os vendedores. “É 100% de lucro, isso é muito bom”, completa Maheus.
Investimento
Para incentivar a retomada do Carnaval em Brasília, o GDF investiu cerca de R$ 12 milhões na realização do evento, com a expectativa de que sejam gerados mais de 16 mil empregos.
*Com informações da Administração Regional do Plano Piloto
Fonte: Agência Brasília