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STJ desobriga audiência para mulher reafirmar acusações de violência

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, nesta quarta-feira (8), que a mulher vítima de violência doméstica não precisa reiterar as acusações contra o agressor em uma audiência judicial. O caso foi julgado em função das comemorações do Dia Internacional de Mulher.

Os ministros analisaram a legalidade da audiência prevista no Artigo 16 da Lei Maria da Penha. A norma prevê a realização de uma audiência antes do recebimento da denúncia.

A dúvida estava na aplicação do dispositivo para reiteração das acusações perante o juiz ou somente no caso de pedido de retratação.

Ao julgar o caso, a Terceira Seção do STJ definiu que a audiência só deve ser realizada se a vítima manifestar o desejo de retirar as acusações. Além disso, os ministros definiram uma tese que deverá ser aplicada a todos os casos semelhantes que estão em tramitação na Justiça do país.

“A audiência prevista no Artigo 16 da Lei 11.340/2006 tem por objetivo confirmar a retratação, não a representação, e não pode ser designada de ofício pelo juiz. Sua realização somente é necessária caso haja manifestação do desejo da vítima de se retratar trazida aos autos antes do recebimento da denúncia”, definiu o STJ.

Maria da Penha

Brasília - Maria da Penha, que inspirou a Lei Marinha da Penha, participa da divulgação de dados sobre violência contra a mulher no Nordeste, como parte da campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres  (Fabio
Brasília - Maria da Penha, que inspirou a Lei Marinha da Penha, participa da divulgação de dados sobre violência contra a mulher no Nordeste, como parte da campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres  (Fabio

A farmacêutica Maria da Penha, que inspirou a lei que define como crime a violência contra a mulher – Arquivo/Agência Brasil

Durante a sessão, a farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que deu nome à lei, foi homenageada pelo ministro Reynaldo Soares da Fonseca, presidente do colegiado. Ela participou dos trabalhos por videoconferência.

Na avaliação do ministro, a lei é a principal norma para punir a violência doméstica. “Essa violência não pode ser um problema só das mulheres. É um problema do poder público e da sociedade”, afirmou. 

Fonte: Agência Brasil

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